Um dos assuntos que mais preocupa mulheres e homens que planejam ter filhos é a fertilidade. Não é à toa. Uma estimativa divulgada neste mês pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que, no mundo inteiro, uma em cada seis pessoas sofre com questões de infertilidade. Uma das principais recomendações de especialistas para tratar o problema é a prática regular e orientada de exercícios físicos. Pesquisa, publicada pela revista americana especializada Fertility and Sterility Journal, mostrou que mulheres que praticam entre uma e cinco horas de exercícios semanalmente tem 18% de chances a mais de engravidar do que as sedentárias. O estudo acompanhou 3.628 mulheres com idade média de 30 anos durante 12 meses para chegar a essa conclusão. Nenhuma participante recebeu medicação ou qualquer tipo de tratamento para gravidez, a única variável observada foi a prática ou não de exercícios.
Mulheres que já estão em tratamento para FIV (Fertilização in Vitro) também se beneficiam de atividades físicas regulares. A médica ginecologista e especialista em fertilidade feminina Larissa Matsumoto conta que casais ativos fisicamente têm mais sucesso nesse tipo de procedimento. “A qualidade dos óvulos e dos espermatozóides está relacionada a diversos fatores genéticos, mas também aos hábitos dos progenitores, como a alimentação e o preparo físico.”
Por outro lado, manter uma rotina extenuante de atividade física também pode influenciar negativamente a fertilidade. “Exercícios muito vigorosos podem levar a alterações ovulatórias, aumento do estresse oxidativo e piorar a qualidade tanto de óvulos quanto de sêmen. Mas é importante destacar que estamos falando de atletas alta performance, que é o caso de um número muito pequeno de pessoas”, afirma a médica.
O Gerente Técnico da Smart Fit, Guilherme Micheski, ressalta a importância de ter a orientação de um profissional de educação física para montar o treino adequado, na intensidade indicada para cada caso. Ele lembra que a gravidez e mesmo os sintomas de pacientes em processo de FIV são muito individuais. “Cada organismo responde de um jeito para uma mesma situação e é essa realidade particular que ditará as premissas do treino prescrito.”
No início da gestação, sobretudo de mulheres pouco ativas, Micheski orienta manter repouso até o término do primeiro trimestre. “Mas uma coisa vale para qualquer aluna grávida: independentemente do nível de aptidão física, é preciso ter em mente que o objetivo do exercício passa a ser outro. Se um dia foi para emagrecer ou ganhar massa muscular, durante a gravidez a finalidade é liberação de hormônio, disposição e boa circulação do sangue nas áreas periféricas do corpo, como braços e pernas. Ou seja, preservar as condições fisiológicas e físicas da mãe.”
Mulheres com sobrepeso, obesidade ou SOP (Síndrome de Ovário Policísticos) são as que mais veem mudanças quando passam a se exercitar. “A obesidade por si só é um fator de risco à infertilidade e aborto, mesmo com embriões normais geneticamente. É muito comum a mulher conseguir engravidar após emagrecer ou depois da cirurgia bariátrica, quando atinge a estabilização do peso”, diz Matsumoto.
Já pacientes com SOP frequentemente apresentam quadro de resistência à insulina, além de alterações menstruais proveniente de alterações da ovulação. “Nós observamos que, ao alterarem hábitos de vida, elas podem conseguir até o dobro de gestações. Essas mudanças incluem prática de atividade física, dieta, especialmente low carb, que é a mais indicada para este grupo, e controle de peso.
A Smart Fit preparou um treino específico para mulheres que desejam começar a treinar com intensidade leve. Assista aqui.
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