Mais comuns em mulheres, o Hipotireoidismo e o Hipertireoidismo são doenças que afetam a tireoide, uma glândula endócrina fundamental para o bom funcionamento do organismo. A tireoide é responsável pela produção de hormônios que agem em nosso corpo e metabolismo desde a nossa formação fetal até a senilidade. Ou seja, é uma glândula pequena em tamanho e poderosa em função, e que recebe uma atenção maior em 25 de maio, Dia Internacional da Tireoide. Aproveitando a data, o Tutor da Endocrinologia da Prevent Senior, André Colapietro Guida Barbosa, esclarece as principais dúvidas sobre o assunto.
Qual é a diferença entre Hipotireoidismo e Hipertireoidismo?
A diferença está na produção insuficiente (hipotireoidismo) ou excessiva (hipertireoidismo) de hormônios tireoidianos. O hipotireoidismo consiste, então, na produção baixa dos hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina). É uma condição muito comum, com mais de 2 milhões de casos somente no Brasil. Para o nosso organismo, é essencial um perfeito equilíbrio neste aspecto.
Já o hipertireoidismo é caracterizado pela produção em excesso dos mesmos hormônios, uma condição menos frequente, com cerca de 150 mil casos no país.
O equilíbrio é essencial para o bom funcionamento do metabolismo.
“Quando há o desequilíbrio na produção de hormônios, o nosso corpo pode manifestar sintomas”, explica o endocrinologista. Ele detalha: “Podemos ficar mais irritados, perder peso ou, então, sentir o coração bater mais rápido e perceber tremores nos casos de hipertireoidismo, já que existe um estímulo das funções pela produção excessiva de hormônios. Por outro lado, quando há baixa produção, no Hipotireoidismo, gastamos menos energia e isso pode levar ao aumento de peso, entre outros sintomas”.
Prevenção
Não há dúvidas quanto ao impacto da boa alimentação na saúde. Quando pensamos em prevenção contra o Hipotireoidismo e Hipertireoidismo, não é diferente. A formação dos hormônios T3 e T4 está diretamente relacionada à ingestão equilibrada de iodo. Por dia, o recomendado é a ingestão de 150 microgramas do micronutriente, que é abundantemente encontrado no sal de cozinha, em peixes de água salgada, mariscos, ostras, moluscos, leite e ovos.
No Brasil, o governo federal determinou a adição de iodo ao sal de cozinha para prevenir e controlar as deficiências do nutriente. Exercícios físicos regulares também são indicados. Existem estudos que sugerem a correlação entre alguns poluentes e o aumento dos casos de doenças da tireóide, principalmente o Bisfenol A (BPA). Uma boa dica é optar pelo uso de plásticos livres de BPA (“BPA free”).
Hipotireoidismo – Sintomas e Tratamentos
- Aumento do colesterol no sangue
- Cansaço excessivo
- Depressão
- Desaceleração dos batimentos cardíacos
- Diminuição da memória
- Dores musculares
- Ganho de peso
- Intestino preso
- Menstruação irregular
- Pele seca
- Queda de cabelo
- Sonolência excessiva
O tratamento envolve a reposição da Tiroxina (T4), algo que o paciente deverá seguir por toda a vida, já que é uma doença que não regride. Todavia, os resultados são muito satisfatórios quando há o adequado acompanhamento médico.
Hipertireoidismo – Sintomas e Tratamentos
- Aumento da frequência cardíaca
- Bócio
- Comprometimento da capacidade de tomar decisões equilibradas
- Hiperativação do metabolismo
- Insônia
- Intolerância ao calor
- Nervosismo e irritação
- Olhos saltados
- Perda de peso
- Sudorese excessiva
- Taquicardia
- Tremores
“Assim que diagnosticamos o Hipertireoidismo, iniciamos rapidamente o tratamento mais indicado. Podemos incluir medicamentos e iodo radioativo. A cirurgia de retirada da glândula (tireoidectomia) também é uma alternativa, raramente indicada atualmente, mas depende das causas da doença e suas características”, complementa o Tutor da Endocrinologia da Prevent Senior, André Colapietro Guida Barbosa. Ele destaca que, quando ocorre na terceira idade, a urgência é ainda maior, já que a doença pode levar a arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial, hipertensão, osteoporose e infarto.
Quais são as principais causas?
No caso do Hipotireoidismo, a Doença de Hashimoto é a principal causa, já que provoca a redução gradativa da tireoide. Além disso, como vimos, o iodo também tem papel central na questão.
Já com o Hipertireoidismo, vale a pena alertar para a Doença de Graves, que ocorre quando o próprio corpo produz um anticorpo que se liga a receptores da glândula. Este anticorpo, por sua vez, estimula a produção demasiada dos hormônios tireoidianos. O Bócio, popularmente conhecido como “Papo”, também pode gerar nódulos que produzem hormônios tireoidianos.
“É preciso diagnosticar com exatidão o tipo de problema na tireoide, assim como entender as possíveis causas relacionadas considerando o histórico do paciente, sua rotina alimentar e outros fatores. O diagnóstico começa por análise laboratorial do hormônio TSH, produzido pela hipófise, e dos hormônios T3 e T4”, acrescenta o endocrinologista.
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