Especialista Aldo Grisi aponta benefícios do implante hormonal como contraceptivo

Médico Aldo Grisi afirma que implante de hormônios é eficaz e benéfica para a saúde da mulher
Lançada nos anos 60, as pílulas anticoncepcionais tornaram-se símbolo da revolução sexual. Apesar de sua importância para a história da medicina e dos direitos das mulheres, o uso de hormônios por via oral vem perdendo espaço para métodos mais modernos. Depois das versões injetáveis, dos adesivos, anéis vaginais e DIU, os implantes hormonais são o novo destaque entre os métodos contraceptivos.
Considerado um dos tipos mais seguros e eficazes de anticoncepcionais, o implante hormonal ainda é pouco conhecido no Brasil, mas sua procura tem aumentado nos últimos meses nos consultórios ginecológicos.
“Quase do tamanho de um palito de fósforo, o implante contraceptivo é um bastonete colocado debaixo da pele. Ele libera continuamente o hormônio progesterona. Mesmo gradual, essa liberação é suficiente para impedir que os ovários liberem os ovócitos e resultem na gravidez”, explica o médico especialista na técnica, Aldo Grisi.
A dose de hormônio no sangue acaba sendo mais baixa porque ela é liberada constantemente. Por conta disso, acaba proporcionando menos efeitos adversos no organismo da paciente.
“É diferente de uma injeção ou de um comprimido, por exemplo. Para mulheres que custam a lembrar das doses diárias da pílula anticoncepcional, esse método é uma excelente alternativa. Afinal, pílula é um compromisso e seu esquecimento pode ter consequências indesejadas. Um implante chega a substituir 1.095 tomadas de pílulas, uma vez que dura, em média, três anos”, afirma.
Feito no próprio consultório com anestesia local, o procedimento para colocar o implante dura cerca de 15 minutos e não exige cuidados especiais ou repouso. Após sua colocação, geralmente feita na parte interna do braço, a paciente sai com um pequeno curativo e pode realizar suas atividades diárias normalmente.
“Atualmente, é o método com maior eficácia, com mais de 99%. Alguns médicos também o indicam para mulheres que tenham contraindicações a anticoncepcionais à base de estrógeno, uma vez que seu princípio ativo é a progesterona. Além disso, também é ótimo para combater sintomas fortes da TPM, útil para tratamento de doenças como endometriose e miomas uterinos, e ainda pode atuar na reposição hormonal durante a menopausa”, lista o profissional.
Outro grande benefício dos implantes hormonais é a facilidade de retirá-lo, caso a mulher decida engravidar. “A retirada ocorre a partir de um simples procedimento. Como o uso é reversível, após cerca de um dia a mulher volta a ovular, trazendo de volta a fertilidade e a possibilidade de gerar um filho novamente”, enfatiza.
Por ser fácil de ser colocado e retirado, ele não requer exames prévios. Mas isso não significa que seu uso não requer atenção e cuidados específicos.
“É importante informar ao médico, por exemplo, todas as medicações em uso. O implante pode tanto ajudar quanto interagir negativamente com algum medicamento que você precise consumir no dia a dia. Além disso, o método é contraindicado em alguns casos, como pacientes que estão em tratamento oncológico. Casos de trombose e histórico de câncer na família devem ser avaliados individualmente”, destaca.
Vale ressaltar que o uso do implante pode causar possíveis efeitos colaterais – assim como qualquer outro tipo de medicamento. Por isso, ele precisa ser feito com acompanhamento médico a longo prazo por uma equipe multidisciplinar.
“Os efeitos colaterais são reais, mas não são próprios do implante hormonal, e sim, de algumas substâncias e doses que podem ser usadas. São raros, mas podem ocorrer efeitos como dor de cabeça e acne”, destaca. “Contudo, fazemos um tratamento personalizado, com dosagens específicas para reduzir o risco de essas reações surgirem. Caso haja algum efeito, teremos mecanismos para revertê-los”, comenta o especialista.
É fundamental que as mulheres busquem informações sobre cada método e contem com o acompanhamento de profissionais que estejam atentos às novas tecnologias. “A medicina não para de evoluir e as mulheres contam com opções cada vez mais modernas para tratar qualquer tipo de problema de saúde. O caminho é se informar e ter sempre uma conversa franca e esclarecedora com seu médico”, completa Grisi.

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