Parece inimaginável que atletas do país sede dos Jogos Olímpicos tenham que pedir dinheiro para se prepararem para o maior torneio esportivo do planeta. Mas isso aconteceu, neste ano, com a seleção feminina de polo aquático.
Após terem uma viagem para a Itália cancelada por falta de verbas no início de 2016, as meninas decidiram tomar uma atitude e, pelo sistema de crowdfunding, onde as pessoas podem doar qualquer valor pela internet, tentaram R$ 80 mil para conseguir intercâmbios e enfrentar adversários fortes como forma de preparação para a Olimpíada do Rio de Janeiro.
“Nossa maior deficiência é ter maior quantidade de jogos. Nesses últimos anos a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) vem tentando mais amistosos, mas ainda poderia ter mais intercâmbios, ficamos isolados e, na América do Sul, o Brasil é mais forte que todos”, disse uma das atletas, que preferiu não ter seu nome revelado, em evento do COB realizado em um hotel de São Paulo, em junho.
A meta de arrecadação, contudo, não foi atingida, e a seleção angariou apenas R$ 15.950. Segundo duas jogadoras, a CBDA não gostou da atitude das meninas, mas também não mudou seu tratamento desde então.
“Não é o apoio ideal para esporte olímpico. Os países normalmente tem preparação de quatro, até de 8 anos. Já sabiam da Olimpíada há muito tempo, e começamos de fato nossa preparação a 2 anos e meio. Queremos fazer bom papel, não apenas participar”, concluiu outra jogadora.
A seleção feminina de polo aquático, oitava colocada na Liga Mundial e medalha de bronze nos últimos Jogos Pan-Americanos, estreia nos Jogos Olímpicos Rio 2016 no dia 9 de agosto, contra a Itália. Completam o grupo A Rússia e Austrália.
Fonte: ESPN