Hoje aconte as as classificatórias de canoagem nas Paralimpíadas de Tóquio. Esta é a segunda vez que a modalidade marca presença nos jogos, a primeira foi na edição Rio 2016. Nesta edição, participam sete atletas na equipe brasileira, incluindo Adriana Azevedo, carinhosamente chamada de Drica. Em sua primeira participação, a atleta, de 43 anos, projeta se posicionar como finalista, entre as oito melhores pacaranoístas do mundo.
Natural do Rio Grande do Norte (RN) e competindo pelo Paraná (PR), Drica começou sua trajetória profissional bem cedo, ainda na natação, com apenas dois anos de idade. A escolha aconteceu após a contaminação do vírus da poliomielite, aos onze meses de vida. Com este esporte, foi atleta dos 18 aos 38 anos, tendo se tornado bolsista apenas com 28 anos, momento em que se dividia entre o trabalho de teleatendimento pela manhã e treinos à tarde.
“Com a natação senti que o esporte era realmente o meu ofício, minha Arte. Quando comecei a perder rendimento na natação, devido a degeneração muscular causada pela Síndrome Pós-pólio, senti que precisava buscar outra modalidade se quisesse continuar no esporte. Foi neste momento que a paracanoagem me encontrou”, conta Azevedo.
Ao migrar para a paracanoagem, a atleta lidou com algumas dificuldades, principalmente em virtude da modalidade ser bem mais custosa que a natação, incluindo os próprios materiais de uso do esporte. Desde 2008, Drica é bolsista do programa Bolsa Atleta, do Governo Federal, na categoria Nacional. Segundo a atleta, o benefício ajuda mas não custeia todas as despesas geradas com o dia a dia de treinos e competições em âmbito nacional.
“Desde que cheguei ao Estado do Paraná fui contemplada com dois programas que visam o incentivo e o desenvolvimento do esporte. A importância dos investimentos do governo aos atletas e paratletas é de suma importância e precisam ser mantidos e constantemente atualizados. Principalmente tendo em vista que o esporte é uma importante ferramenta de inclusão, resgate, autoestima e resiliência”, pontua Drica.
Como atleta, esposa, dona de casa e mãe, ela equilibra os pratos até aqui com maestria, principalmente ao cuidar de seu filho mais novo, o Benício, diagnosticado com autismo. Inspirando-se sempre em histórias de perseverança e disciplina como a do jogador de basquete Michael Jordan, a Drica sentiu-se maravilhada ao ser convocada para a sua primeira Paralimpíada.
Com o chamado, veio a responsabilidade de se dedicar ainda mais aos treinos. Para chegar à cidade do Sol Nascente, o preparo era realizado duas vezes ao dia, de segunda à sábado. Para chegar ao local do treino, uma lagoa, ela ainda percorria um caminho de 1h de ônibus, incluindo uma boa caminhada de cadeira de rodas até seu destino final. Já em Tóquio, o preparo consiste em treino na água com maior intensidade, treino de força, treino mental e alimentação adequada.
Para Drica, estar participando dos Jogos Paralímpicos é uma sensação completamente distinta a tudo que viveu, pois a coloca em outro patamar e se materializa como um verdadeiro divisor de águas. “Ser atleta profissional me traz muitas alegrias, realizações e progressos, enquanto pessoa. É uma jornada intensa. É importante entender que se você ama o esporte, precisará aceitar todo o processo: perdas, ganhos, dificuldades e vitórias, que irão depender de quão resiliente e esforçado você será”, avalia a atleta.
Até o momento a paracanoísta recolhe um bom currículo: Campeã Brasileira de Paracanoagem no ano de 2017 e 2019 e Vice-campeã Brasileira em 2018; Campeã Copa Brasil 2017, 2018, 2019 e 2020; Campeã Paranaense 2019; Vice-campeã Sul-americana 2017, Semifinalista República Tcheca 2017, Finalista na Copa do Mundo de Paracanoagem, dentre outros.
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